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Beringela e jiló - novos hospedeiros de ToCV na América do Sul
24/02/2016
Descoberta tem implicações para o manejo de pragas em tomateiro

Logo após sua descrição nos EUA em 1998, o Tomato Chlorosis Virus (ToCV) foi detectado em Portugal (2000), Espanha (2000), Porto Rico (2001), Itália (2001), Grécia (2001), Taiwan (2004), Israel (2004), México (2007), Cuba (2008) e Brasil (2007).
A primeira ocorrência no Brasil foi relatada no estado de São Paulo e, de 2007 a 2010, pesquisadores observaram que ele estava presente nos quatro estados da região Sudeste, além da Bahia e Goiás.
Sua rápida e ampla disseminação é, em grande parte, devida ao fato de que esse vírus é transmitido por moscas-brancas (Bemisa tabaci biótipo A, B. tabaci biótipo B, Trialeurodes abutilonea, T. vaporariorum).
Os sintomas manifestam-se de 3 a 4 semanas após o aparecimento da mosca-branca e pelo menos 24 espécies pertencentes a sete famílias são hospedeiras.
Amostras de beringela coletadas no Rio Grande do Sul em 2013 e de jiló coletadas em GO, ES, SP e DF de 2013 a 2015 apresentando sintomas sugestivos de uma infecção por ToCV foram analisadas por um grupo de pesquisadores da Embrapa, Universidade de Brasília, INcaper e do INIA (Uruguai).
As análises moleculares confirmaram tratar-se do ToCV. Segundo os autores do estudo, publicado em fevereiro de 2016 pela revista Plant Disease, este é o primeiro relato do vírus atacando beringela e jiló no continente americano. Os autores alertam que a ampla distribuição geográfica desses hospedeiros no Brasil pode ter implicações diretas no manejo de viroses em áreas de produção de tomate, pois elas podem servir como fontes de inóculo.
O controle é feito através do manejo dos insetos vetores e pelo uso de materiais de propagação sadios. A erradicação de plantas infestadas é uma medida para evitar a disseminação da praga, bem como o controle de plantas daninhas que podem atuar como reservatórios.
Para saber mais:
Wisler et al. (1998). Descrição do ToCV
Barbosa et al. (2008). Primeira detecção de ToCV no Brasil
Barbosa et al. (2011). Presença do ToCV em cinco Estados
Fonseca et al. (2016), Relato de ToCV em berinjela e jiló
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