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Entrando numa fria
30/09/2016
Reavaliação do tratamento fitossanitário a frio para espécies do gênero Bactrocera

Para termos uma alimentação balanceada e saudável, é necessário incluir frutas variadas em nosso cardápio. Assim como nós gostamos e precisamos de frutas, algumas moscas, como as que fazem parte do gênero Bactrocera também dependem de frutas para viver.
Um exemplo dessas conhecidas moscas-da-fruta, é a Bactrocera carambolae, uma espécie quarentenária [1] introduzida no Brasil responsável por danos econômicos expressivos devido ao hábito de colocar os ovos nos frutos. Estima-se que a entrada desta espécie em território nacional, tenha ocorrido em 1996, na Região Norte do país.
A Análise de Risco de Pragas é um estudo que vem sendo feito para prevenir ocorrências de introdução de novas espécies por produtos que são trazidos para o Brasil e também é realizado para evitar que espécies daqui sejam introduzidas em outras nações. Países que não têm a ocorrência de B. carambolae, por exemplo, podem estabelecer tratamentos fitossanitários prévios para que o comércio dos frutos seja realizado, garantindo que a espécie não entre junto aos produtos.
Dentre as possibilidades de tratamentos fitossanitários estão: mecânicos, químicos, de irradiação, físicos (com calor e frio) e outros, de acordo com a Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais [2].
Pesquisadores americanos investigaram a tolerância de ovos e larvas de 6 espécies do gênero Bactrocera (B. carambolae, B. correcta, B. cucurbitae, B. dorsalis, B. zonata e B. tryoni) a tratamentos a frio com temperatura entre 2 e -2 ºC, para tentar chegar a um procedimento que fosse eficaz para todo o grupo testado.
Os resultados mostraram que larvas de terceiro instar criadas com dieta artificial foram mais resistentes que larvas de terceiro instar em frutos de laranja e estas, por sua vez, foram mais resistentes que os ovos. De forma geral, o tratamento foi eficaz para as espécies testadas e apenas B. cucurbitae demonstrou tolerância às temperaturas testadas.
O estabelecimento e a reavaliação dos tratamentos fitossanitários são importantes, pois asseguram que relações comerciais sejam feitas com segurança para o país importador e que os mercados não sejam fechados, gerando perdas econômicas para o exportador.
Nota:
[1] IN 59 de 2013.
[2] Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais, NIMF nº 28.
Para saber mais:
Foto: Regina Sugayama




