Rastreando o inimigo: uso de radares para estudar a dispersão de uma praga da soja
Pesquisador coreano testa um microrradar que pode ser fixado no dorso de percevejos

A frase mais conhecida do livro "A Arte da Guerra [1]" escrito pelo general chinês Sun Tzu provavelmente seja aquela que diz mais ou menos assim "Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas."
Não temos como afirmar, mas talvez o pesquisador Doo-Hyung Lee tenha pensado nessa frase quando decidiu desenvolver um microrradar que pode ser aderido ao tórax do percevejo Riptortus pedestris. Esta é uma praga da soja na Coreia e no Japão, da mesma família do nosso conhecido percevejo-formigão.
O tórax do percevejo é previamente lixado no local onde vai ser fixado o radar, com cola instantânea. O pesquisador realizou uma série de experimentos para verificar se o radar teria alguma interferência na sobrevivência e na capacidade de movimentos (caminhamento e voo). Ele coletou indivíduos selvagens, fixou o radar e observou que lixar e colar um radar no dorso dos percevejos adultos não teve qualquer efeito significativo.
Mas por que motivo alguém investiria tempo e dinheiro para desenvolver um rastreador de percevejos? No caso de pragas com grande mobilidade, entender os padrões de distribuição espacial e temporal é fundamental para desenvolver programas de vigilância, monitoramento e manejo.
O artigo está disponível na edição de março da revista Florida Entomologist.
Notas:
[1] Sun Tzu - A Arte da Guerra
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