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Primeiro registro de monilíase em cacau na Jamaica
31/07/2017
A distribuição da doença traz um alerta para o Brasil

A monilíase é uma doença devastadora dos cultivos de cacau – levando a perdas de 50 a 100% - que foi descoberta no Equador e já está presente em outros 14 países da América do Norte, Central e Sul. Felizmente, até onde se saiba, o fungo causador desta doença (Moniliophthora roreri) não está presente no Brasil, mas o alerta deve ser constante.
O registro mais recente de presença deste fungo ocorreu em fazendas de Claredon, na Jamaica quando, em agosto de 2016, produtores notaram frutos com lesões necróticas e iniciaram a identificação do organismo causador dos sintomas. Foram feitas análises das plantas e esporos em diversas Instituições observando morfologia, sintomas e o DNA extraído das colônias, o que confirmou a presença de M. roreri causando a doença.

Este foi o primeiro relato de monilíase afetando cacau no Caribe. O fruto é um dos principais produtos de exportação na economia jamaicana, envolvendo cerca de 11 mil pequenos produtores e é, portanto, uma importante fonte renda. Em 2016, a Jamaica exportou mais de US$ 1,4 milhões em cacau e derivados sendo que mais da metade do produto foi produzido em Claredon.
Um intenso movimento de detalhamento do alcance da monilíase e avaliação da possibilidade de isolamento e erradicação estão em andamento no país, pois a dispersão da doença pode ter impacto devastador.
O Brasil precisa manter a atenção em suas fronteiras, uma vez que os países sul-americanos como Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia têm presença confirmada do fungo M. roreri. Nosso país tem uma Comissão que discute estratégias de prevenção da entrada da praga em seu território, que é regulamentada pelo MAPA como Praga Quarentenária Ausente [1].
As ações incluem treinamento de reconhecimento da doença, avaliação dos possíveis pontos de entrada e alerta para a possibilidade da introdução natural do fungo e para a importância da vigilância e prevenção, a fim de evitar perdas expressivas para a cacauicultura no Brasil.
Nota:
[1] IN 41/2008
Para saber mais:
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