Fungicidas contra begomovirose e crinivirose em tomateiro
Fungicidas podem auxiliar na redução da concentração dos vírus ToSRV e ToCV

Tomato severe rugose virus (ToSRV) e Tomato chlorosis virus (ToCV) são espécies que pertencem aos gêneros Begomovirus e Crinivirus, respectivamente, e afetam as produções de tomate no Brasil. Ambas são transmitidas pelo inseto vetor Bemisia tabaci biótipo B (mosca-branca). ToCV pode ser transmitido também por espécies do gênero Trialeurodes (T. vaporariorum e T. abutilonea).
Causam sintomas como: deformação foliar, clorose, nanismo da planta, necrose sistêmica, redução no tamanho e número de flores e frutos. Existem algumas táticas de que podem ser adotadas para manejo dessas viroses (utilização de sementes e mudas sadias, adoção de vazio sanitário, destruição de restos culturais, entre outras), mas a mais empregada é a aplicação de defensivos agrícolas para controlar o vetor, sendo este método ineficiente para controle direto do vírus.
Sabendo da possibilidade de alguns produtos químicos alterarem a fisiologia da planta e induzirem mecanismos de defesa que reduzem a incidência de doenças, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e da Universidade de São Paulo avaliaram o efeito da aplicação de fungicidas em tomateiros coinfectados por ToSRV e ToCV.
Todas as mudas de tomate em estudo estavam no mesmo estágio de crescimento. As transmissões de ToSRV e ToCV foram realizadas usando B. tabaci biótipo B aos 15, 30, 45, 60 e 70 dias após o transplante (DAT) e um controle sem inoculação. Além disso, foram feitos dois experimentos paralelos utilizando a aplicação combinada de fungicidas piraclostrobina + metiram (P + M) (Cabrio Top, BASF) + boscalid (B):
I – aplicação após a semeadura (pré-tratamento): P + M (3 g L -1) + B (0,3 g L -1), seguido de pulverização quinzenal com P + M (4 g L-1);
II – não houve aplicação na semeadura (tratamento de controle), mas foram submetidas às aplicações quinzenais de 4 g L -1 P + M.
Os resultados indicam um aumento no rendimento, uma melhor qualidade da fruta e uma redução na concentração do vírus na planta. Houve uma redução de 4 vezes na concentração viral em relação às plantas que não foram submetidas ao pré-tratamento e aplicações quinzenais. Este estudo auxilia no estabelecimento de estratégias de manejo desta doença em campo, podendo diminuir as perdas causadas pelos vírus, incrementando a produção.
Lembre-se que a utilização de agrotóxicos deve ser feita sempre sob recomendação de um profissional habilitado e utilizando produtos registrados no MAPA e cadastrados na UF onde a propriedade está estabelecida.
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