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Nova virose do feijão no Nordeste brasileiro
23/08/2017
O controle da mosca-branca e de daninhas é fundamental para conter a disseminação do vírus

O feijão é um alimento básico dos brasileiros e têm grande produção no país com 3,15 milhões de hectares plantados, confirmando aumento para os três tipos cultivados de feijão: comum cores, comum preto e caupi. Os principais estados produtores do grão são Paraná, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Bahia.
Um dos desafios enfrentados pelos produtores é o Cowpea mild mottle virus (CPMMV) ou vírus do mosqueado suave do caupi, transmitido pela mosca-branca (Bemisia tabaci), que causa clareamento das nervuras e manchas como mosaico nas folhas, redução de crescimento e até necrose em feijoeiros e plantas de soja.
O vírus já havia sido registrado em São Paulo, Paraná, Goiás e Distrito Federal, o primeiro relato data de 1979. Porém, em 2013, durante pesquisa em campos experimentais no Nordeste, foi possível notar sintomas em feijão e em plantas não-cultivadas nas estações experimentais de três municípios de Pernambuco.
Os testes de DNA confirmaram a identificação do vírus e a alta incidência de infecção das amostras, sendo 80% em Ibimirim, 92,3% em Caruaru e 100% em Arcoverde. Dentre as plantas não-cultivadas afetadas podemos citar guanxuma (Sida sp.), Macroptilium spp., Senna spp., Desmodium glabrum, Rhynchosia minima, maravilha (Mirabilis jalapa), sojinha (Cleome affinis) e erva-de-palha (Blainvillea rhomboidea).
Esta é a primeira detecção do vírus no estado de Pernambuco em feijão comum e plantas daninhas, mostrando a necessidade de monitoramento frequente do vírus para evitar grandes danos à produção de feijão e também de soja - nesta cultura o patógeno já foi confirmado em plantações do Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Paraná.
O controle do vírus, da mosca-branca e das plantas invasoras em áreas próximas às lavouras, bem como seguir as práticas de manejo para as plantações de feijão e soja são fundamentais para evitar a disseminação do patógeno contribuindo para a sanidade da produção.
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