Novo hospedeiro de Colletotrichum theobromicola
Pela primeira vez Colletotrichum theobromicola é detectado em Butia odorata

O gênero Colletotrichum (forma sexuada: Glomerella) inclui uma série de patógenos vegetais que causam danos a diversas plantas lenhosas e herbáceas. Normalmente, as espécies causam doenças de antracnose, resultando em lesões necróticas nas folhas, caules, flores e frutos, bem como podridões de coroa e caule. Podem ser transmitidas por sementes e pela dispersão de esporos pelo ar e conseguem sobreviver no solo, desenvolvendo-se de forma sapróbia em fragmentos de plantas mortas.
O fungo Colletotrichum theobromicola foi descrito pela primeira vez no Panamá associado a Theobroma cacao (cacau) e atualmente já tem relato em outras plantas (Acca sellowiana, Annona diversifolia, Fragaria × ananassa, Fragaria vesca, Limonium sp., Olea europaea, Quercus sp., Stylosanthes guianensis e S. viscose). No Brasil, seu primeiro registro foi em 2012 em Eucalipto [1].
Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas identificou - com base nas características morfológicas e moleculares - o fungo C. theobromicola atacando frutos de Butia odorata. Este é o primeiro caso de C. theobromicola causando antracnose em espécie de Butia.
O butiazeiro é uma palmeira nativa da América do Sul e seu fruto é muito utilizado tanto para o consumo in natura como na fabricação de geleias, licores, sorvetes e sucos. A incidência de C. theobromicola além de inutilizar a parte comercial do butiá, a planta pode servir de repositório da praga e facilitar sua disseminação para outras culturas de importância agronômica. Segundo o Agrofit - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários, não há produtos registrados para controle dessa espécie no Brasil [2].
Nota:
[2] Agrofit - consulta realizada em mar/2018
Para saber mais:
Foto:
Tags: