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Primeiro registro de Hibiscus-infecting cilevirus em Citrus e na Colômbia
11/07/2018
A detecção ocorreu em plantas de Citrus sinensis nos Estados de Meta e Casanare

Os vírus possuem grande capacidade de mutação. A alta taxa de mutação resulta em descendentes com ancestrais comuns que compartilham semelhanças morfológicas ou fisiológicas, porém com alterações genéticas. Esses organismos são chamados de cepas ou estirpes. Isso ocorre muitas vezes como uma forma de adaptação a novas condições ambientais.
No ano de 2013 um Cilevirus foi relatado pela primeira vez no Havaí em hibisco (Hibiscus rosa-sinensis) e denominado de Hibiscus-infecting cilevirus (HiCV). Posteriormente também foi encontrado na Flórida. De acordo com a semelhança na sequência de aminoácidos (mais de 90%) ele foi reclassificado como CiLV-C2H, estirpe do vírus da leprose dos citros CiLV-C2, uma das principais doenças da citricultura. Até então CiLV-C2H não havia sido detectado em nenhuma planta de Citrus spp.
Recentemente laranjas da espécie Citrus sinensis foram identificadas apresentando sintomas severos da leprose do citros em plantações de dois Estados da Colômbia, Meta e Casanare. Amostras da planta foram coletadas para que fosse feita uma análise molecular laboratorial a fim de identificar o agente causal da doença.
Os resultados foram positivos para CiLV-C2 e CiLV-C2H, demonstrando a presença de CiLV-C2H em infecção mista com CiLV-C2. Este é o primeiro relato da infecção natural de CiLV-C2H em Citrus e também o primeiro relato de CiLV-C2H na Colômbia. Os autores sugerem que mais estudos sejam feitos para verificar se os sintomas causados por CiLV-C2H em Citrus spp. é devido aos efeitos sinérgicos pela infecção dupla dos vírus ou se quando isolado também causaria danos à planta.
Apesar dessa doença já ser conhecida no Brasil, assim como seu vetor Brevipalpus phoenicis, ainda não há relatos dessa estirpe no país e nem dados sobre como ocorre sua transmissão. Os produtores de citros devem ficar atentos, pois segundo o Observatório Pragas sem Fronteiras 150 espécies de pragas agrícolas que foram introduzidas na Colômbia também foram introduzidas no Brasil.
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