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Podridão-de-frutos em berinjelas no Nordeste do Brasil
11/09/2018
Este é o primeiro relato de Lasiodiplodia theobromae em frutos de berinjela no país

A berinjela é uma hortaliça que contém cálcio, ferro e fósforo, além de vitaminas A e B5, e pode ser preparada de diversos modos como ao forno, à milanesa, ensopada, dentre outros. Seu consumo tem crescido devido à procura por alimentos mais saudáveis e pelos benefícios que traz para o corpo.
Em março de 2017, foram observados frutos de berinjela com lesões de podridão de forma circular, levemente deprimidas, em um campo em Chã Grande, no estado do Pernambuco. As lesões começaram no ápice do fruto e se espalharam, após 5 dias foi possível observar micélios de cor cinza.
Os frutos foram analisados e a identificação do fungo causador da podridão apontou para o gênero Lasiodiplodia sp.. Uma observação das características dos esporos e da sequência de DNA indicaram se tratar da espécie Lasiodiplodia theobromae. Após esta etapa, foi realizada a inoculação de outros frutos de berinjela, feridos ou não superficialmente, com esporos e os resultados mostraram que após 2 dias da inoculação, os frutos feridos já apresentavam os primeiros sintomas da doença. Após 6 dias, o micélio já cobria os frutos completamente e a podridão seca interna já havia se instalado.
O fungo L. theobromae já é conhecido no Brasil, e causa a doença conhecida popularmente como “podridão-de-frutos”, “podridão-negra”, “podridão-de-raiz”, dentre outros nomes. Com uma grande lista de hospedeiros que inclui plantas de cacau, coco, banana, manga, tomate, etc, este fungo também causa murcha nas plantas afetadas.
Na literatura já existem registros de frutos de berinjela Solanum melongena (cv. Ciça) como hospedeiros de L. theobromae, porém, no Brasil, este é o primeiro relato da associação. Devido à possibilidade da espécie ser agressiva em condições favoráveis como altas temperaturas, umidade e chuvas e à facilidade de disseminação, seja pelo vento, insetos, instrumentos de poda, etc, é importante que medidas de manejo sejam avaliadas a fim de evitar perdas econômicas.
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