Pitaya é o novo hospedeiro de Colletotrichum karstii
O fungo foi identificado em campos de pitaya no Rio Grande do Sul

A pitaya (Hylocereus undatus) é uma fruta da família Cactaceae originária do México e de países da América Central. No Brasil desde a década de 90 os fruticultores investem no seu plantio comercial, sendo cultivada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul. Geralmente é consumida in natura ou pode ser processada na forma de iogurtes, sucos, geleias e sorvetes, por exemplo. Além disso, tem sido apreciada também pela indústria de produtos cosméticos e farmacêuticos.
Recentemente, foram encontradas plantas de pitaya apresentando sintomas de antracnose em plantações do município de Pelotas (RS), como lesões marrons nos caules circundadas por um halo clorótico. A incidência da doença foi de até 35% e a gravidade variou de 30 a 40%. Amostras de caules sintomáticos foram coletadas e analisadas em laboratório pelas características morfológicas e moleculares.
Os testes de patogenicidade confirmaram tratar-se da espécie Colletotrichum karstii, sendo este o primeiro relato sobre a antracnose causada por essa espécie de fungo em plantas de pitaya no Brasil e no mundo. A presença de C. karstii no país já havia sido relatada anteriormente associada a monguba (Bombax aquaticum), mamão (Carica papaya), pitanga (Eugenia uniflora), maçã (Malus domestica), manga (Mangifera indica), graviola (Annona muricata) e araticum (Annona crassiflora).
Aprofundar as investigações a respeito desta nova associação é importante para evitar perdas na produção de pitayas e para impedir que sirva como repositório para outras culturas de importância agrícola. A cultura necessita de mais informações científicas que subsidiem a definição de sistemas de produção mais adequados e o estabelecimento e adoção de medidas de manejo de pragas.
Segundo o Agrofit - Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários, não há produtos registrados para controle desse fungo no Brasil [1]. De modo geral, além do controle químico, o gerenciamento de espécies do gênero Colletotrichum dá-se por meio da destruição de restos culturais, realização de podas frequentes, uso de mudas sadias e cultivares resistentes, adubação equilibrada, irrigação adequada e evitando ferimentos nos frutos.
Nota:
[1] Agrofit - consulta realizada em junho/2019
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