Nova virose do tomateiro expande sua distribuição geográfica
Produtores brasileiros devem permanecer atentos

No início deste ano foi publicado no Portal DefesaVegetal.Net um texto sobre o vírus Tomato brown rugose fruit virus (ToBRFV) [1] que tem como hospedeiro principal o tomate. Ele ainda não foi descrito no Brasil, mas a partir da sua primeira identificação na Jordânia, em 2015, está ampliando sua distribuição geográfica rapidamente. Desde então já houve relato de sua presença na Alemanha, Estados Unidos, Itália, Israel, Turquia, México e China.
Em julho de 2019 pesquisadores do Reino Unido analisaram folhas de tomate que apresentavam sintomas de mosaico típicos da virose. As amostras foram testadas laboratorialmente e o resultado deu positivo para ToBRFV. Este é o primeiro relato de ToBRFV em tomate no Reino Unido.
Os frutos infectados pelo vírus amadurecem irregularmente e podem apresentar manchas amarelas ou marrons, fazendo com que percam seu valor comercial. O vírus também pode representar um risco para outras culturas, como por exemplo pimenta, tabaco, berinjela, batata, entre outras.
O surto foi comunicado à Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do Reino Unido e estão sendo tomadas medidas necessárias para contenção e erradicação do vírus, incluindo a destruição das plantas afetadas. Quando ocorrem relatos como este, os produtores devem revisar os protocolos de produção da cultura, principalmente se tratando da importação de sementes e plantas como neste caso.
O ToBRFV pode afetar significativamente a produção agrícola e a comercialização de tomates. Os tecidos vegetais infectados podem servir como fontes de inóculo para outras plantas e podem causar perdas de até 100% em determinadas culturas. Atualmente, a melhor forma para prevenir sua propagação é através do gerenciamento da doença. Como ainda não existem plantas resistentes ao ToBRFV, é feito no uso de práticas rigorosas de saneamento.
Devido ao seu alto potencial de dano para a produção de tomate e o Brasil importar sementes de tomate de países onde o vírus ocorre (incluindo o Reino Unido) sem requisito fitossanitário prévio [2], o risco de entrada do ToBRFV no país não deve ser considerado negligível. Medidas estritas de biossegurança são necessárias para limitar a introdução e disseminação do vírus.
Nota:
[2] PVIA - consulta realizada em set/2019
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