Vetor do amarelecimento letal é encontrado no Pará
Haplaxius crudus é capaz de transmitir a espécie Candidatus Phytoplasma palmae, causador da grave doença “amarelecimento letal do coqueiro”

Candidatus Phytoplasma palmae está na lista de Pragas Quarentenária Ausentes (PQA) para o Brasil [1]. É a espécie causadora do amarelecimento letal (AL), umas das doenças mais ameaçadoras às plantações de palmáceas, principalmente coco, no mundo e que tem risco iminente de entrar no Brasil.
Geralmente os primeiros sintomas são a queda repentina dos frutos, amarelecimento das folhas e necrose das inflorescências, ocasionando o apodrecimento e morte da planta. O fitoplasma de “AL” é restrito ao floema e transmitido por Myndus crudus (= Haplaxius crudus).
Recentemente foi publicada uma pesquisa no jornal Neotropical Entomology que confirma a presença desse vetor no Brasil. A descoberta ocorreu em plantações de coco localizadas no estado do Pará, sendo este é o primeiro relato do vetor H. crudus no país.
Apesar de no Brasil ainda não haver relatos do fitoplasma, seu vetor já encontra-se presente, conforme dito acima, o que pode impactar negativamente a indústria brasileira de palmáceas devido aos danos diretos e por ser considerada praga quarentenária para alguns países (Marrocos, Barém, Jordânia, Geórgia, Peru e países da União Europeia) [2], fora poder facilitar a disseminação de Ca. Phytoplasma palmae. Ca. Phytoplasma palmae está presente em países localizados no continente americano (como também na África, Europa e Oceania) e ainda não existe cura para as plantas infectadas e nem produtos para controle da doença no Brasil [3].
Uma vez que há risco elevado de entrada desta praga no país e que não tem como precisar como/quando isso vai ocorrer, é importante que autoridades e setor privado estejam em permanente vigilância para que, quando vier a ocorrer, a invasão seja detectada precocemente.
Em 2013, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou uma instrução normativa que determina o plano de contingência do fitoplasma [4]. O plano estabelece procedimentos operacionais para aplicação de medidas preventivas e emergenciais para erradicação de focos e contenção da praga.
Nota:
[1] IN 39, de 01 de outubro de 2018
[2] Eppo
[3] Agrofit - consulta realizada em outubro/2019
[4] IN 47, de 24 de setembro de 2013
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